sexta-feira, 7 de junho de 2013

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NHÁ CHICA É INSPIRAÇÃO PARA O POVO BRASILEIRO

A cidade de Baependi, no Sul de Minas Gerais, está em estado de graça e até agora comemora a beatificação de Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica.
Nascida em São João Del Rey, Nhá Chica adotou Baependi para viver e lá desenvolveu uma obra pautada na oração, na caridade e no seguimento dos valores evangélicos.
Ladeado por autoridades católicas brasileiras, cardeal italiano Angelo Amato lê carta de
beatificação proclamada pelo Papa Francisco. A bem-aventurança da leiga, analfabeta e filha
de escravos, que viveu no século XIX, foi reconhecida pelo Vaticano pouco mais de 100
anos após sua morte, em cerimônia realizada em Baependi, no dia 4 de maio, com a participação de mais de 40 mil pessoas, entre fiéis, bispos, padres, autoridades civis e religiosas.
A devoção a Nhá Chica começou quando ela ainda era viva e, como define o prefeito para a
Congregação da Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, caracteriza-se por unir ricos e
pobres, intelectuais e analfabetos, jovens e anciãos. “Todos sentiam-se irmãos aos pés dela”, diz.
A missa campal de beatificação foi celebrada pelo cardeal Amato, que representou o Papa
Francisco e trouxe a carta de beatificação proclamada pelo Sumo Pontífice. Após a aclamação do público, a professora Ana Lúcia Meirelles Leite, miraculada pela intercessão de Nhá Chica, levou ao altar a relíquia da Bem-Aventurada.
O momento foi marcado pelo descerramento do painel com a imagem da nova beata que, elevada à glória do altar, agora aparece de pé. A imagem tradicional da “Santinha de Baependi” – apelido carinhoso dado pelos fiéis à Bem-Aventurada – data do século passado e até então retratava Nhá Chica sentada.
Imagem e relíquia da beata Nhá Chica foram expostas durante cerimônia. Segundo o bispo da diocese de Campanha (MG), trata-se de uma fotografia de época, em que o fotógrafo pediu para que Nhá Chica, que já tinha idade avançada, sentasse. “A tradição popular retrata a beata sentada, mas, na Igreja, todos os beatos e santos devem estar em pé. E a Igreja então reconhece que, pela beatificação, Nhá Chica já está participando da visão de Deus”, explica. A beatificação evidencia o acervo da vida de Nhá Chica, marcada pela fidelidade a Cristo e aos valores do Evangelho. “O testemunho de nossa mais nova beata torna-se, portanto, convite irrecusável a viver intensamente o encontro com Jesus Cristo, que implica necessariamente amor, gratuidade, alteridade, unidade, eclesialidade, fidelidade, perdão e reconciliação”. Nhá Chica inspira as pessoas a tornarem-se fonte de paz, justiça, concórdia e solidariedade na sociedade. Os festejos pela beatificação não pararam por aí. No dia 5 de maio, o público acompanhou uma grande procissão com a nova imagem da beata. A cidade continua em clima de alegria e, no dia 14 de junho, os fiéis vão celebrar a primeira festa em homenagem a Nhá Chica após a beatificação.
A beatificação é uma grande inspiração para o povo brasileiro e para os leigos que atuam na
Igreja Católica. “Como leiga – e a maioria do povo de Deus somos leigos –, ela pode ser um
estímulo de vida cristã, principalmente na prática das boas ações, das boas obras, dos gestos concretos de bondade, da promoção da justiça, da fraternidade e da paz”.
A beatificação também tem impacto cultural e étnico, já que, além de leiga, Nhá Chica era
uma brasileira nata e, fruto da mestiçagem que caracteriza a população. “Um povo que acolhe, que é aberto para os dons maravilhosos de Deus, da natureza e também que sabe realizar o projeto de Deus, na fraternidade, na paz e no amor solidário”.
Nossa Paróquia esteve representada nesta solenidade, com o Irmão Jeferson.

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